Estes versos que vos escrevo
abstenho-me fúlgido da luxúria
no quarto escuro e fétido
em que te invadi com pecaminosa doçura.
Ó, infeliz e mal-amada puta!
Te invadi sem ao menos tocar seus lábios sedentos,
no coito frívolo em que o amor não se disputa,
como dois animais pérfidos lamacentos
mergulhados no vício da carne em amargura.
Neste quarto vil e fúnebre em que recebestes
mais marujos e bêbados infelizes do que poetas,
vivestes a eterna dor de se deitar
sem receber os versos de oferta
que de seus olhos despertariam a ternura.
2 comentários:
ABSOLUTAMENTE LINDO
nada mais posso dizer...
Raquel Donegá
Me fez lembrar Bocage... Parabéns...
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