O
poeta se parece cada vez mais
com
o espelho
que
vislumbra insone
o
desejo que o devora.
A
insônia de uma paixão
natimorta,
um
beijo,
um
sexo...
um
queijo.
O
poeta se parece cada vez mais
com
os dias
nos
quais se arrisca nas ruas
sob
o sol de meio dia,
sem
álcool.
Adeus,
azia.
Olá,
melancolia.
Adeus,
orgia.
Olá,
apatia.
O
poeta já não sorri,
já
não sente dor da alma,
já
não arde de temor,
e
nem com o clamor insano
de
querer
guerra
&
paz
de
espírito.
O
poeta se parece cada vez mais
com
o espelho
e
o aparelho de barbear
já
não tem mais efeito.
Os
olhos vermelhos
Já
não são rubros de lágrimas
e
a boca entreaberta
é
apenas um cemitério
de
palavras.
O
poeta se parece cada dia mais...
dia
mais,
dia
menos,
cada
dia,
de
dia...
E
de noite se desfaz
em
poesias espelhadas
de
sua angústia emparedada
nos
porões de sua alma.
No
coração irreflexível,
Não
há vestígios de desejos
guerra
&
paz
de
espírito...
um
beijo,
um
sexo...
um
queijo.
O
poeta se parece cada vez mais
Com
sua poesia.
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