Sangrando,
sangrando,
sangrando...
sangue.
Estou sangrando
pelo meus olhos,
estou sangrando
pelos meus ouvidos,
estou sangrando
pelas minhas unhas roídas,
estou sangrando
pelas minhas dúvidas.
Sangrando,
sangrando,
sangrando...
Estou sangrando
pelos meus dentes e
gengivas, nariz, virilhas,
pelos meu pênis, anus,
sangrando pelo meu medo.
Sangrando,
sangrando,
sangrando...
Estou sangrando
pelo meu ódio
e pelo meu amor.
E essa sangria desatada
escorre de meu corpo
através do chão
num filete de rio vermelho
na poeira árida
até o boeiro da minha
existência.
E continuo sangrando
e esvaindo-me
em minhas crenças
e descrenças.
Sangrando por minhas
vãs promessas.
Sangrando,
sangrando,
sangrando,
todo esse sangue...
São Gonçalo, 05 de junho de 2017.
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