verde olhar que me incita
a querer queimar-me no seu pecado
por uma noite inteira que seja.
Despojar-me de minhas roupas
e pesar meu corpo amargo
sobre sua doçura em flor.
Devassidão é o canto da noite
e o frio da alma que aquece a carne
de desvairados em cantoria boêmia.
Quero por fim, nem uma palavra:
apenas sussurros e gemidos
como orações que se voltam contra
os que as proferem sem fé.
Ó bela ninfa,
virtude das entranhas de deuses lassos,
tens o poder de desviar o olhar
e prendê-lo na virtuosa visão
de seus lábios labirintos entumescidos.
Mas já que não sou digno ao menos
de um beijo, deixe eu beber
o vinho de sua boca.
São Gonçalo, 15 de julho de 2011.
2 comentários:
Nossa que linda... Encantadora, ardente e muito mais. Parabéns Romulo! Adorei o tema.
Postar um comentário