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19/07/2011

Meu Peito é Um Cais

Meu peito é um cais
onde aportam sonhos
e despedem-se naus vazias
de esperança, e quando
sutilmente sua fronte
ancorou desejos e despertou
o meu mar de enleios
numa noite tempestuosa, não
tive mais medo dos relâmpagos
que cortavam o céu
escuro da solidão.
Pela noite bebemos juntos
de poemas obscuros
e tivemos o "céu sobre nossas
cabeças", provamos de
nossos aromas entre sombras
chão, nuvens, infinito, estrelas
e lua. E o toque de sua língua
me despertou e me fez sonhar
novamente. E veio a calmaria:
o que o mar traz
o próprio mar leva,
os beijos se tornaram
perenes lembranças,
o perfume permaneceu
fluruando no ar,
os olhos brilharam no porto,
o calor se dissipou,
e desancorada a nau de desejos
se perdeu novamente
no oceano de possibilidades.
O meu peito é um cais,
onde seus desejos podem
novamente ancorar e desfalecer
em outras tempestades.

São Gonçalo, 18 de julho de 2011.


3 comentários:

Bardo disse...

Sor Narducci mandando ver no enjambement!

Parabéns pela torrente criativa, meu caro! Evoé!

Vitor L. Muniz disse...

Excelente... Inspirador! Em tempos onde venho respeitando o silêncio dos versos, ler estes fazem surgir novas idéias...

enarducci disse...

Que grande poeta vc é Romulo! Parabéns! Sou sua fã.
Beijão
Eliene Narducci