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05/04/2011

Pálido Adeus (Ode a Kurt Cobain)


Não chores mais por aquela canção.
Seu corpo jaz ao chão
mergulhado em sagrada náusea.
Seus olhos vermelhos,
o cheiro de cannabis em seus cabelos,
sua silhueta magra se contorce
em sexo seco sem libido.
Fazer por fazer,
morrer por morrer.
A dor é a mais perfeita amante
para os que sentem a alma.
O fio da navalha,
a seringa vazia,
o grito angustiante,
a ressaca de uma noite
sem sentido.
Os pulsos, os olhos, o medo,
o receio de ter que dormir cedo.
O dormir profundo,
o dormir eterno,
um estampido etéreo...

...o chão vermelho.

Niterói, 01 de março de 2003.

Um comentário:

Carlos Orfeu disse...

Quando no livro "tudo que morre é consumado"me deparei com está bela ode
fechei o livro e delirei.