existe um coração
que espeta,
como os espinhos
das rosas frescas
colhidas do jardim
da desilusão.
Em minha alma,
há um verso
de Piaf que reverbera:
"Balayés les amours
Et tous leurs tremolos
Balayés pour toujours
Je repars à zero ...".*
E diante disso,
pavorosa quimera
me abraça em pesadelos
no lençol amargo
da solidão.
Sensato e algoz
assassino de sonhos,
vulgar coveiro,
catalepsia,
lágrimas de sangue,
abstinência e vãs
orações proferidas.
Suor noturno,
inferno e céu,
anjos e demônios
sopram culpa
e penitência...
e penitente o poeta
segue dolorido
com o peito
estremecido
em caminhos dantes
já trilhados.
São Gonçalo, 23 de fevereiro de 2011.
(*) trecho de Non Je Ne Regrette Rien, interpretado por Edith Piaf.
2 comentários:
poxa, eu nao conheço Piaf, nem entendo francês =/
é um poema triste e pesado, dá p sentir a dor!
muito bom :)
Faz do peso da alma uma poesia que se livra rs
Interessante, como de costume!
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