Vinho.
Quem não deslumbra o sabor do vinho
Que percorre o tato carnal do desejo?
Ah, a carne e o álcool são prazeres
Nunca esquecidos por guerreiros,
Plebe e poetas.
Carne.
Quem não ama saborear a carne
Entreaberta na luxúria dos tonéis de cetim?
A bem-amada concubina se entrega
Como a uva se deixa fermentar
Pelo tempo em que todos anseiam.
Álcool.
Ente quase etéreo que flutua
No prazer instintivo jamais esquecido
E se dissolve com o ar
Impregnado do vício carnal do amor.
Deuses amam o vinho,
Demônios dançam sobre o álcool,
Homens e mulheres se consomem
Em atos lascivos frenéticos
Abençoados por deuses e demônios.
A mente e a alma são testemunhas
Dos seres trôpegos entrelaçados.
Carne e alma dissolvidas no álcool.
O gozo, licor dos lúbricos amantes,
É o destilado da vida fermentada.
A carne e o álcool,
O álcool e a carne.
Um subterfúgio ácido,
Uma fusão constante de desejos,
Uma volúpia torta sob toques trêmulos.
Os beijos, são fortes aromas da vivacidade
Que se espalham pela alcova enegrecida.
E, é na alcova gótica dos sentidos,
Que por fim, no murmúrio findo da libido
Carnes exauridas de álcool
Adormecem sorrindo.
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