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03/09/2008

Carne e Álcool

Vinho.

Quem não deslumbra o sabor do vinho
Que percorre o tato carnal do desejo?
Ah, a carne e o álcool são prazeres
Nunca esquecidos por guerreiros,
Plebe e poetas.

Carne.

Quem não ama saborear a carne
Entreaberta na luxúria dos tonéis de cetim?
A bem-amada concubina se entrega
Como a uva se deixa fermentar
Pelo tempo em que todos anseiam.

Álcool.

Ente quase etéreo que flutua
No prazer instintivo jamais esquecido
E se dissolve com o ar
Impregnado do vício carnal do amor.

Deuses amam o vinho,
Demônios dançam sobre o álcool,
Homens e mulheres se consomem
Em atos lascivos frenéticos
Abençoados por deuses e demônios.

A mente e a alma são testemunhas
Dos seres trôpegos entrelaçados.
Carne e alma dissolvidas no álcool.
O gozo, licor dos lúbricos amantes,
É o destilado da vida fermentada.

A carne e o álcool,
O álcool e a carne.
Um subterfúgio ácido,
Uma fusão constante de desejos,
Uma volúpia torta sob toques trêmulos.

Os beijos, são fortes aromas da vivacidade
Que se espalham pela alcova enegrecida.
E, é na alcova gótica dos sentidos,
Que por fim, no murmúrio findo da libido
Carnes exauridas de álcool
Adormecem sorrindo.

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