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11/12/2013

Pé Frio

Para Rodrigo Santos

Como um boi na fila do abate
olho o mundo através de minha janela,
com um frio na barriga
ouço a canção da chuva
sem saber o que me espera.

A mesma chuva, ela, a chuva,
que testemunhou minha dança nua
e minhas promessas de amor,
cai pesada como lágrimas
enquanto eu quero voltar
ao útero materno e fugir deste terror.

É apenas tears for fears
que toca uma velha canção sobre coragem.
Seu passado hoje se levanta.
Em algum lugar comem esperanças
em pratos vazios.
O grande Molock está morto faz tempo!
Isso não te assusta?

Tome, olhe no meu espelho e tente enxergar, veja se ainda há brilho nos meus olhos. Não é sentido figurado o peso do mundo em minhas costas, posso sentir cada continente raspando em meus pelos e a goteira de mares rios oceanos a escorrerem em meus fundilhos.

Sente o calor?
Então corra, abrace o meu pé e se refresque!
Mas saiba que não é só isso.
Enquanto escrevo este poema,
Rodrigo Santos ainda está numa enfermaria
ouvindo sucessos populares.

São Gonçalo, 11 de dezembro de 2013 de uma semana difícil.

Um comentário:

Bardo disse...

E cantarolando, meu caro, e cantarolando...