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06/05/2013

Amargo e Doce

Ela se diz amarga,
mas vejo a docilidade
em seus olhos castanhos.
Desejo com toda minha
insanidade os seus lábios
e o seu perfume me conta
velhas histórias de amor e me
lembra antigas canções de ninar.

Seu colo, jovem, ardente,
me embriaga em meus
devaneios perdidos e divago
entre as névoas da cidade cinza
que dorme de portas
e janelas fechadas.

Sorrimos e lamentamos
no olho da rua, ela me carrega
pelas mãos para viagens de um
amanhã que já não vislumbro.

Mas, assim mesmo a desejo,
quero tocá-la e saber se é real.
Contenho-me, disfarço,
pois estou velho demais para
enxergar a verdade.

Só o que eu sei, é que o amargo
pode ser tão doce
quanto o meu peito é uma porta
escancarada.

São Gonçalo, 02 de maio de 2013.


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