no frio escuro do esquecimento.
Já não há mistério debaixo do sol,
já não há segredo no firmamento.
A lua se esconde na nuvem escura
e cessa o tempo clandestino,
pára o relógio, corta a angúsitia,
nasce o velho, morre o menino.
Não há cantos e orações nas esquinas
na tarde onde o dobre do sino ecoa,
há um céu inteiro preso na alma
onde o peito nu ressequido se esbroa.
Somos brinquedos de Deus recitando
para um mundo de famintos desolados,
caminhamos com o velho adiante
na paisagem de sonhos descampados.
Se brilhar nova estrela no céu
cairá novamente por terra
mergulhando no escuro infinito
onde sonhos e amores se encerram.
São Gonçalo, 18 de maio de 2011.
3 comentários:
"caminhamos com o velho adiante
na paisagem de sonhos descampados"
Sim, caminhamos...
"Somos brinquedos de Deus recitando
para um mundo de famintos desolados"
seria a poesia o ópio de um mundo mediocre? O rum do pirata, a metadona do desabor?
bom, concordo com todas as possibilidades.
abçs,
lia
Genial! Sublime!
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