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08/01/2011

Os Livros

Ser o que podemos ser,
sentir o que podemos sentir,
viver como podemos viver,
na liberdade utópica dos livros


e que a vida nos renega,
mesmo que se poeta, putanheiro,
indigente ou até um mísero homem
que preza pela palavra em si:


LI-BER-DA-DE!!!


Palavra amada, desejada, querida,
quando tomada para si,
porém, se conclamada... restrita...
nunca sempre compreendida.
Somos filhos dos grilhões,
nós somos os grilhões!
Somos os castradores de nossa
própria geração, envolta em manto vil.


O manto sórdido da liberdade.
O manto rubro de Cristo,
a brilhantina de Elvis,
a rebeldia de John Lennon.


O ruído da rua, o rato que roeu
a roupa do mendigo que podia
ser rei de Anarquilópolis
com o cajado da verdade.


E a verdade, sempre maculada
com mártires de ilusão.
Sempre forjada a ferro e gelo
na alma dos pseudo salvos e safos...


E quem está a salvo?
Se podemos ser o que somos?
Se sentimos o que podemos?
Se vivemos assim,
na liberdade que ninguém compreende?


Conforme os livros que deixamos
na estante com o pó do esquecimento.


Terraço Baldio (São Gonçalo), 06:06, 08/01/11, ouvindo Raul Seixas, bebericando Cuba Libre e assim vai... 

3 comentários:

Beatriz Peixoto disse...

Sermos o que podemos ser, e poder ser sempre mais se quisermos... E nos amar sendo o que somos...
Parabéns...

Carlos Orfeu disse...

contemplo sob uma cizenta tarde
de suave garoa,este belo poema que trouxe aos meus olhos,pequeninos prantos de tão sublimes palavras

a_rosa disse...

a liberdade tão clamada e (in)existente... "nós somos os grilhões"

a liberdade não está no homem, tampouco em seus livros.

Esse poema é o melhor, demaaais, adoro poemas assim, instigadores de pensamentos anárquicos! rs


bye