Trague de minha língua
meus versos mais pontiagudos.
Beba de meu corpo o resquício
do revés suor amargo do absurdo.
Sou o deleite escarnecido de seu corpo escancarado.
Sou o degustador dionisíaco do vinho que brota
de suas entranhas no clímax fermentado.
Sugue de minha língua
minha poesia morta.
Sinta correr em seu colo
a saliva de minha conduta torta.
Pois já estou morto
e já deixei de ser poeta.
Niterói/Rio, 24 de setembro de 2003.
(No vai-e-vém das Barcas)
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