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17/08/2010

Poeta Morto II


Trague de minha língua
meus versos mais pontiagudos.

Beba de meu corpo o resquício
do revés suor amargo do absurdo.

Sou o deleite escarnecido de seu corpo escancarado.
Sou o degustador dionisíaco do vinho que brota
de suas entranhas no clímax fermentado.

Sugue de minha língua
minha poesia morta.

Sinta correr em seu colo
a saliva de minha conduta torta.

Pois já estou morto
e já deixei de ser poeta.

Niterói/Rio, 24 de setembro de 2003.
(No vai-e-vém das Barcas)

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