.

.

31/08/2010

Cântico a Um Bardo Tavernista

Para Rodrigo Santos

"Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangrenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?"

Álvares de Azevedo
Amigo Bardo, abra tuas asas
de velho corvo
e ponteie na pálidas folhas
de um papel uma outra dimensão.

Dionisíaco saber em orações
desregradas, clamor eterno,
belas maldições e satíricos perjuros,
entoe as canções mais antigas.

E em seu furioso e magistral
cântico, brindemos com a taça
do destino e batamos com os pés
empoeirados na cidade dormitório vazia.

Amigo Bardo, dance teus versos
como flechas de culpido envenenadas
e retumbe com teus cascos fendidos
sobre os túmulos de medíocres,
covardes, hipócritas e descrentes.

Façamos de sua poesia nossa oração,
para conclamarmos a vitória de Pan
numa noite enluarada, no canto escuro
de uma taverna vazia, onde escreves
mais uma vez a sua mística alma para o mundo.

Evoé! 

São Gonçalo, 11 de agosto de 2010.
.

2 comentários:

Bardo disse...

Porra... Nem o que dizer. Só que me sinto honrado em lutar ombro a ombro contigo nesse pelotão de loucos varridos.

Obrigado, cara. E EVOÉ!

Janaína da Cunha disse...

Metáforas intensas que nos levam às lagrimas... lindos versos!
O bardo merece!!
Beijo.