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22/04/2010

Carcaça Humana

Carcaça humana que rosna,
que rasga, que uiva,
que chora, que come das latas.
Trapos, farrapos, que vagam, que vagam
em busca do pão, cachaça
e água.
A pele despela a alma se esconde
na carne e nos ossos
do que já foi homem.
Já não há choro,
já não há lágrimas,
não há esperanças,
só ódio e mágoa.
A pirâmide pesa no centro do círculo,

mas está na margem,
na mudez do grito.
Carcaça humana, onde vais,
mancando e gemendo em sua agonia?
Carçaça humana, e o amanhã?
[rosnas, rasgar, uivar, chorar, comer de latas...]
...Viver mais um dia...
São Gonçalo, 04 de agosto de 2008.

3 comentários:

Renan Rodrigues disse...

Delícia, Rômulo. Palavras dançam por aqui. ótimo.
Fiz um blog tb de poesia, sou o Renan. Tô te seguindo aqui, me segue lá tb, vamos nos divulgar.
Abraço forte, poeta bom.

sheyla de castilho disse...

já estava linkando seu blog (sem sua autorização... rs) quando recebi sua mensagem perguntando se poderia fazer com o meu. mas claro que sim! curioso nossas últimas postagens terem o mesmo título. bom demais aqui. espalharei.

sheyla

Mensageiro Obscuro disse...

Infelizmente carcaças humanas existem mesmo com todo o avanço e riqueza mundial, pois existem ricos que se sustentam da desgraça alheia e muita gente não consegue voltar a um padrão de vida sustentável.