sobre suas penas
e pescam a desesperança
na agonia de seus dias.
sobrevoam a miséria sob seus olhos -
seus bicos fétidos
tem a misericórdia divina
! e batem as asas da pobreza...
vupt...povertà...vupt... povertà...
vupt...povertà!
Os ribeirinhos maldizem
o voo mendicante mas elas
têm o amor e o perdão de Deus.
Pois Deus perdoa
os pobres
e miseráveis
em seus banquetes vazios
de querência e sofreguidão.
- genuflexão -
[Ah, Senhor, perdoa-nos a nós também
em nossa conduta maldita! Não somos garças, mas somos mendigos de nossas próprias prisões de desejos]
a sombra de uma garça que pousa
sobre os restos dos restos de todo
o resto da humanidade.
Pobres criaturas...
Como são pobres as garças
do Rio Imboaçu.
São Gonçalo, 26 de fevereiro de 2016.
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