.

.

21/01/2016

Abstêmio em Curitiba

Não bebo nada, nada mais
senão a chuva.
Os bares estão cheios
e estou com sede de poesia,
insensatez e devaneios.
Eu, vazio de possibilidades
vejo as boutiques e rezo
a um São Francisco cachaceiro
que me observa da esquina turva,
branca, fria e crua...
Mas eu só bebo da chuva
e me entrego a saudades
imemoriais, entoadas da alma
e cantaroladas dentro de um peito
carregado de nuvens de lágrimas
e copos cheios de anseios.
Os bares? Os bares estão cheios...
Mas lá eu não vou.
Pois os bares não vendem
chuva engarrafada.

Curitiba, 29/12/2015.

Nenhum comentário: