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24/08/2009

Espinhos II

Há no meu peito espinhos,
e não sou flor, não sou rosa,
nem erva, nem nada!
Sou um poeta maldito,
um cão vira-latas que trôpego
ouve o chamado da estrada.

Talvez eu tenha culpa
de beijar a noite na boca
e escarrar na face fria do sol,
pois, já não há melodia
na música em que outrora
compus feliz no arrebol.

Frio e filho da madrugada
fria, entoo meus negros descompassos,
e sigo ferindo no meu caminho canhestro
a vida lúdica que eu mesmo desfaço.

Espinhos no peito, eu todo espinhos,
sou o ejaculador de desesperanças
da minha alma morta que
me vomita nessa mundo sozinho.

São Gonçalo, 24/08/09.

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