.

.

25/12/2008

Espinhos

Ah, não me pergunte sobre as rosas.
Nem daquelas de pétalas tal carnes desnudas
que ao toque tênue da brisa desabrocham.
Rosas vermelhas, pálidas e cálidas;
rosas brancas que embelezam os túmulos
transformando lágrimas em murmúrios
velando a face ríspida inválida.

Mas não me pergunte sobre as rosas.
Nem daquelas que despedaçam ao coleio do vento
e que quando nuas não mais desabrocham.
Rosas negras, falsas e sinceras;
rosas que murcham ao grito algoz do tormento
e que dançam nuas ao relento
com as pétalas carnudas expostas.

Ah, não me pergunte sobre as rosas.

Rio de Janeiro, 07 de abril de 2000.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente, assim como todas as poesias desse poeta!!