.

.

26/06/2013

Uma Tarde Qualquer

                       
O céu cai sobre a tarde, azul,
fuligens cinzas de imensidão e medo.
Um homem sem nome atravessa a rua
e os carros seguem os seus caminhos
como os pássaros que rasgam o espaço
ao seu redor. Chá frio sobre a mesa,
não há segredos na saudade.
Chamarei esta tarde de vazia
e consagrarei com cuspe esse nome,
na calçada onde morrem os corações
nas vertigens dos sonhos interrompidos.


São Gonçalo, 26 de junho de 2013. 

Sob a Cândida Noite de Inverno

                                                                            Mote

E foi nos vales verdes,
longinguos e frios
sob o sorriso pálido
e resplandecente da lua
- enquanto o vento orvalhado
das árvores dançantes 
tocavam sinuosos
os rubros cabelos -
que ela cavalgou
rumo ao palácio do amor.

...E não houve névoas ou espinhos
que impedissem que o céu fosse
testemunha de um novo começo.

Vem a chuva, busco seu beijo
e torno-me menino a brincar
com seus lábios, enquanto os
meus dedos escrevem uma canção
em seu corpo suave e doce.

O velho abacateiro no alto
da serra, sob a cândida noite
de inverno, testemunhou nossa dança
e nos contou como sobreviver
a tempestades.

Entre flores e vigorosos sussurros,
o calor de nossos corpos nos fez
esquecer o passado frio
de nossas almas.

Então, entre nuvens te desejei
e após o amor, adormeci
num raio ensolarado em seu colo
de estrelas.

São Gonçalo, 24 de junho de 2013.