como um verme
a sugar a luxúria purulenta
entre curvas e entranhas
doces, amargas, suculentas
e toda mais essência que eu,
o verme, se alimenta.
Vivo, assim, me arrastando,
penetrando em peles negras,
brancas, amarelas e turvas,
e encenando e gozando
em todas as curvas,
o eu verme, se embebeda
do prazer na carne crua.
Bebo, como, me alimento, sugo devasso, como um amante atento, cada sopro de desejo contínuo, e enceno o teatro da alcova escura em que eu, o verme, me apresento.
Fim do ato.
De corpo em corpo, como um verme, eu me reinvento.
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São Gonçalo, 23 de setembro de 2012.
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