.

.

09/05/2010

Coração Apátrida

O brado mais severo rigoroso,
que da alma traz gemidos indigentes,
batiza com o fogo da escravidão
os povos cantantes patrióticos.
Beijos e rigozijos
à flâmula colorida ostentada por bonecos.
À Júpiter, Tânatos e Marte
entoam hinos arrogantes melódicos.
Que o panteão lhe caia sobre as cabeças,
esmigalhando o que já fora esmigalhado,
purificando a alma escravizada
antes encomendada como protótipo!
Que dos Fortes caiam as muralhas,
unificando o possível e o impossível,
o dentro e o fora,
a luz e o gótico!
E que as chamas de Hades
consumam os falsos mártires
que da vida espremeram a morte,
com seus pútridos poderes abusivos
contra os povos cantantes patrióticos!

Poema escrito em 1991.